Carlos Carone
Porto Velho, RO - Envoltas em um mistério que perdura 32 anos, as circunstâncias do nascimento de uma criança em 1992 é investigado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Os primeiros momentos de vida da técnica de enfermagem Jéssica de Almeida Queiroz Daniel são um imenso ponto de interrogação. Ela não sabe onde e muito menos quando nasceu. A mesma dúvida paira sobre a identidade dos pais.
“Minha vida é um borrão, não sei nada sobre os meus primeiros dias de vida. Não sei se nasci em Brasília mesmo ou em qualquer outro lugar”, desabafou.
A 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) instaurou inquérito para apurar o caso, tratado em um primeiro momento na 1ª Vara da Infância e da Juventude do DF como uma adoção à brasileira – quando os genitores decidem entregar a criança sem passar pelos trâmites legais.
No entanto, os investigadores não descartam hipóteses, como o roubo da bebê, a venda da criança ou até um parto clandestino que possa ter dado errado. A polícia oficiou hospitais e cartórios do DF para tentar localizar algum rastro que possa esclarecer o mistério.
Em entrevista à coluna, Jéssica contou que descobriu ter sido adotada apenas aos 15 anos, e por acaso. “Eu estava trabalhando no bar da minha família, no Gama, quando um dos clientes perguntou se eu já havia descoberto quem eram meus pais biológicos. Após esse questionamento, meu mundo caiu”, disse.
Assista à entrevista na íntegra:
Pais afetivos
Jéssica passou a pressionar a família para que contasse sobre seu nascimento e quem eram seus pais biológicos. “Os detalhes dessa história me assustaram. Eu teria sido entregue, recém-nascida, por uma mulher à minha mãe afetiva dentro de um apartamento localizado na quadra 303 Sul”, contou.
A mulher que teria entregado Jéssica à mãe adotiva é a servidora pública aposentada da Secretaria de Educação Jane Maria Hockmuller. A polícia investiga qual teria sido o interesse de Jane em entregar um bebê recém-nascido. “Minha mãe conta que esteve nesse imóvel junto à minha tia. Elas me pegaram ainda com cordão umbilical e foram embora”, narrou.
Jéssica chegou a procurar Jane e o marido, mas ambos negam qualquer tipo de envolvimento com uma suposta entrega da bebê no apartamento do casal há 32 anos. Eles deixaram o DF e, atualmente, moram em Goiânia.
A coluna apurou que a ligação entre Jane e a mãe adotiva de Jéssica ocorreu por meio de um curso preparatório que funcionava na Asa Sul.
DNA
Determinada a descobrir quem são os verdadeiros pais, Jéssica procurou a família de Jane e pediu que fossem feitos testes de DNA com o marido e o filho de Jane. Em todos os casos, os resultados não apontaram parentesco entre os homens e a técnica de enfermagem.
Investigadores da 3ª DP fizeram oitivas com a família de Jane para esclarecer as suspeitas de que Jéssica teria sido entregue em uma adoção à brasileira, dentro do apartamento da Asa Sul. No entanto, a aposentada deu uma série de declarações contraditórias e desconexas, mas não confessou que teria envolvimento com a entrega da bebê.
O mistério aumentou conforme as investigações avançaram. Os policiais trabalham para localizar o porteiro do prédio na 303 Sul onde a criança teria sido entregue.
“Além de identificar o porteiro que trabalhava na época, estamos oficiando os hospitais do DF e cartórios. Além disso, enviamos amostras de material biológico da Jéssica para o Instituto de Pesquisa de DNA Forense (IPDNA) com o objetivo de ver se batem com alguma amostra já catalogada”, explicou o delegado-chefe da 3ª DP, Victor Dan.
Data de nascimento
Após pegarem a criança, em uma circunstância ainda nebulosa, os pais adotivos levaram Jéssica para ser registrada em um cartório no centro de Brasília. No entanto, o dia exato do nascimento é um mistério.
A técnica de enfermagem soma três datas do possível dia em que veio ao mundo: 23 de abril de 1992, data em que a menina teria sido entregue no apartamento da Asa Sul; 12 de maio, quando ocorreu o registro no livro do cartório, e 22 de julho, quando o tabelião assinou a Certidão de Nascimento.
Ao dar publicidade ao caso, Jéssica espera encontrar os pais biológicos ou pelo menos descobrir onde e quando nasceu.
A coluna tentou entrar em contato com a família de Jane Hockmuller, para falar sobre as suspeitas de a bebê ter sido entregue por ela no apartamento em que morava, na Asa Sul. No entanto, a família não respondeu. O espaço permanece aberto para manifestações.
Após pegarem a criança, em uma circunstância ainda nebulosa, os pais adotivos levaram Jéssica para ser registrada em um cartório no centro de Brasília. No entanto, o dia exato do nascimento é um mistério.
A técnica de enfermagem soma três datas do possível dia em que veio ao mundo: 23 de abril de 1992, data em que a menina teria sido entregue no apartamento da Asa Sul; 12 de maio, quando ocorreu o registro no livro do cartório, e 22 de julho, quando o tabelião assinou a Certidão de Nascimento.
Ao dar publicidade ao caso, Jéssica espera encontrar os pais biológicos ou pelo menos descobrir onde e quando nasceu.
A coluna tentou entrar em contato com a família de Jane Hockmuller, para falar sobre as suspeitas de a bebê ter sido entregue por ela no apartamento em que morava, na Asa Sul. No entanto, a família não respondeu. O espaço permanece aberto para manifestações.
Fonte: Metrópoles
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