Investidores permanecem na expectativa do pacote fiscal, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que a rodada de reuniões com os ministros sobre as medidas está concluída


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Porto Velho, RO - O sinal negativo prevalecia na bolsa paulista nesta quarta-feira (06), em meio ao avanço nos rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano após vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos.

Por volta de 10h38, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, recuava 1,12%, a 129,202,07 pontos.

No mesmo horário, o dólar à vista subia 0,61%%, a R$ 5,7858 na venda.

Uma bateria de resultados corporativos também ocupava as atenções, com Gerdau entre os destaques positivos, com alta de 6,2% após balanço e anúncio de dividendos, enquanto GPA perdia 4,69%, com desempenho trimestral também no radar.

Investidores permanecem na expectativa do pacote fiscal, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando que a rodada de reuniões com os ministros sobre as medidas está concluída. Investidores também aguardam a decisão de juros do Banco Central no final do dia.


Treasuries

Apesar da redução de incertezas com o desfecho eleitoral na maior economia do mundo, a visão de que as políticas de Trump são potencialmente inflacionárias elevava os rendimentos dos Treasuries, o que tende a minar ativos de mercados emergentes.

Em Nova York, o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos EUA alcançava 4,4452%, de 4,288% na véspera, mas o futuro do S&P 500 avançava mais de 2%.

De acordo com o gestor Oliver Blackbourn, da Janus Henderson, o movimento nos títulos do Tesouro dos EUA ocorre devido à evolução contínua das expectativas da taxa de juros e ao potencial de aumento da inflação.

Ele também destacou em comentário por email que o avanço nos futuros acionários norte-americanos não é surpreendente, dadas as indicações de que os republicanos tentarão manter os cortes de impostos existentes e fazer mais.

EUA

Nesta manhã, projeção da Edison Research apontou que Trump ultrapassou a marca de 270 votos necessários no Colégio Eleitoral para vencer a disputa pela Casa Branca, derrotando a vice-presidente, Kamala Harris, nos Estados mais importantes para o pleito, como Pensilvânia, Geórgia e Carolina do Norte.

As projeções também apontam a retomada do controle do Senado pelo partido Republicano.

A concretização da vitória de Trump retomou os temores dos mercados globais por suas promessas econômicas, que incluem tarifas e cortes de impostos. Na visão de analistas, a natureza inflacionária das políticas do republicano geraria necessidade de a taxa de juros dos EUA permanecer em um nível elevado.

Diante da perspectiva de que o Federal Reserve precisará ser mais cauteloso em seu afrouxamento monetário com a chegada de Trump na Presidência, os rendimentos dos Treasuries disparavam, impulsionando a divisa dos EUA ante seus pares fortes e emergentes.

O cenário de um segundo mandato de Trump também gera preocupações de aumento das tensões geopolíticas, alimentando a aversão ao risco.

As atenções dos agentes financeiros se voltarão na quinta-feira (07) para a próxima decisão de juros do Fed, em que se espera que as autoridades reduzam a taxa em 25 pontos-base, após um corte de 50 pontos no encontro de setembro.

No cenário doméstico

O mercado ainda mantinha suas preocupações com a questão fiscal, o que também ajudava a pressionar a moeda brasileira.

Investidores aguardam o anúncio de prometidas medidas de contenção de gastos pelo governo a fim de garantir a sustentação do arcabouço fiscal.

Após o fechamento do mercado nesta quarta, o foco estará na conclusão do encontro do Copom, em que se espera que os membros elevem a taxa Selic em 50 pontos-base.

A curva de juros brasileira acompanhava os rendimentos dos Treasuries, com as taxas de DI registrando fortes altas, particularmente em opções de longo prazo.

Fonte: CNN Brasil