Em editorial, jornal diz que Kamala é a ‘única escolha patriótica’ e critica incapacidade moral de Trump para cargo; a publicação, porém, cobra mais detalhes do plano de governo da democrata
Foto: Brendan Smialowski / AFP
Porto Velho, RO - O jornal norte-americano The New York Times declarou apoio à candidatura de Kamala Harris para a Presidência dos Estados Unidos. Em editorial publicado nesta segunda-feira 30, o veículo, considerado a maior publicação do país, afirmou que Kamala seria “a única escolha patriótica para presidente”.
O apoio à democrata também se baseia em críticas ao adversário na disputa, o ex-presidente Donald Trump. O NYT aponta que é “difícil imaginar um candidato que menos merece ser presidente dos Estados Unidos” do que o político republicano.
“Como uma dedicada servidora pública que demonstrou cuidado, competência e um compromisso inabalável com a Constituição, a Sra. Harris está sozinha nesta corrida”, diz o editorial.
Na imprensa norte-americana, é comum os veículos de comunicação declarem apoios públicos aos candidatos. No caso do NYT, o jornal tem um histórico de apoio às candidaturas democratas. Nas últimas eleições presidenciais, em 2020, a publicação apoiou Joe Biden – que acabou sendo eleito – contra Trump.
Neste ano, o NYT não poupou críticas ao republicano, questionando a sua capacidade moral para exercer a presidência.
“Ele [Trump] provou ser moralmente inapto para um cargo que pede a seu ocupante que coloque o bem da nação acima do interesse próprio”, diz o jornal, elencando as acusações criminais contra o republicano.
Em maio, Trump foi condenado por falsificar registros financeiros para omitir o pagamento feito à ex-atriz pornô Stormy Daniels, tornando-se o primeiro ex-presidente na história dos EUA e ser condenado criminalmente.
No editorial desta semana, o diário também reconhece que Kamala “pode não ser a candidata perfeita para todos os eleitores, especialmente aqueles que estão frustrados e irritados com as falhas do nosso governo em consertar o que está quebrado – do nosso sistema de imigração às escolas públicas, aos custos de moradia e à violência errada”.
Além disso, o jornal pede que Kamala deixe de se apresentar apenas como a “alternativa viável” a uma volta de Trump ao poder, mas explique melhor o seu plano de governo. Ainda assim, o NYT destaca que ela seria a escolha adequada para se evitar os riscos ao sistema democrático norte-americano.
A publicação ainda pede aos leitores que “comparem o histórico da senhora Harris com o de seu oponente [Trump]”.
Enquanto isso, a disputa pela Casa Branca avança pelas últimas semanas em clima acirrado. A mais recente pesquisa CNN, por exemplo, mostrou Kamala e Trump tecnicamente empatados, com 48% e 47%, respectivamente.
A pesquisa CBS News/YouGov, publicada no final do mês passado, também mostrou um cenário apertado, mas mais favorável à candidata democrata: 52% para Kamala contra 48% de Trump.
Outra pesquisa que mostra como está a disputa é a realizada pela revista The Economist, que foi publicada na segunda quinzena de setembro. O levantamento trouxe dois cenários. O primeiro se refere a eleitores já registrados para votar, indicando 47% para Kamala e 44% para Trump. Já entre os potenciais eleitores – registrados e não registrados -, Kamala vai a 50,1%, enquanto Trump fica com 46,6%.
Fonte: Carta Capital
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