Mais de 600 casos foram notificados entre 2019 e 2023 segundo levantamento da Semusa
Porto Velho, RO - O Maio Laranja é uma campanha alusiva ao mês de conscientização sobre a violência sexual contra crianças e adolescentes. Um levantamento do Departamento de Vigilância em Saúde (DVS), da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), que monitora essas violências, revelou mais de 600 vítimas em Porto Velho, entre 2019 e 2023.
Os dados são de casos notificados por profissionais de saúde que atuam nas redes pública e privada. Através disso, a Semusa realiza o monitoramento dos casos e encaminha para os órgãos responsáveis.
A notificação proporciona visibilidade da situação de violência, possibilitando a identificação do perfil das vítimas e ofensores, o dimensionamento das demandas de atendimento e apontando quais estratégias podem ser eficazes para a prevenção de reincidência das violências. Os casos notificados são transformados em dados através do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
Um infográfico elaborado pelo DVS (
veja aqui), mostra que entre 2019 e 2023, os profissionais de saúde notificaram 1.467 casos de violência contra crianças e adolescentes. Desse total, 659 são de violência sexual em pessoas com idade entre 0 e 19 anos. O levantamento revela, ainda, que a faixa etária de 10 a 14 anos é a que possui a maior taxa de notificação de violência sexual.
INCIDÊNCIA POR GÊNERONo caso do sexo masculino, a taxa de incidência de violência sexual é de 13,1 para cada 100 meninos. Já no caso do sexo feminino, o índice é bem superior, chegando a 157,9 para cada 100 meninas.
RECORRÊNCIA
Além disso, o infográfico traz dados da proporção de recorrência da violência sexual, que é quando o abusador repete o ato. Segundo o levantamento, neste período de 2019 a 2023, as pessoas entre 10 e 14 anos foram as que mais sofreram com essa prática de forma repetida, uma taxa de 66%.
PROPORÇÃO
O documento mostra que o estupro domina o ranking dos dados notificados, com 90,6%. Em segunda posição aparece o assédio sexual com 10% e em terceira a exploração sexual com 1,5%.
ATENDIMENTO
Além de notificar e direcionar aos órgãos competentes, a Semusa trabalha, também, com o acolhimento das vítimas. Através do serviço público municipal, meninas e adolescentes vítimas de violência sexual, a partir dos 12 anos, podem ser atendidas na Maternidade Mãe Esperança. Abaixo desta idade o atendimento é realizado no Hospital Infantil Cosme e Damião, da rede estadual de saúde.
Para meninos acima de 12 anos, o atendimento é realizado nas Unidades de Pronto Atendimentos (UPAs) Sul e Leste, além das Policlínicas Ana Adelaide e José Adelino.
O atendimento em todas essas unidades funciona durante 24 horas, com sistema de portas abertas. Nesses locais, são disponibilizados exames, profilaxias, consultas médicas, encaminhamentos para a rede de proteção, entre outros.
Além disso, para essas vítimas, também é oferecida uma rede de apoio psicológico, com atendimentos que devem ser feitos nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps).
O acolhimento é feito por uma equipe multidisciplinar composta por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos e assistentes sociais, preparados para oferecer atenção integral à vítima.
Em caso de qualquer tipo de violência contra crianças e adolescentes, a Semusa reforça os canais de denúncia:
• Disque 100
• Polícia Civil 197
• Polícia Militar 190
• Polícia Federal 194
• Polícia Rodoviária Federal 191
• Conselho Tutelar: a denúncia pode ser feita por telefone - (69) 3901-6204, 9998-0664, ou pessoalmente, na sede do conselho.
Fonte: Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)
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