Deputado federal Coronel Crhisóstomo (PL-RO)

Porto Velho, RO - O deputado federal Coronel Crhisóstomo (PL-RO) fez um discurso entusiasmado, na noite desta-quarta-feira, 10, da Tribuna da Câmara Federal, para defender o colega Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), que está preso por ordem do Supremo Tribunal federal acusado de ser um dos principais mandantes do assassinato, por milicianos cariocas, da vereadora Mariele Franco (PSOL) e de seu motorista, Anderson Gomes, em uma emboscada no Rio de Janeiro.

Chiquinho Brazão está preso desde o dia 24 de março e aguardava uma decisão da Câmara Federal, que tem a prerrogativa de revogar sua detenção.

Num discurso confuso e atabalhoado, Crhisóstomo, que esteve 16 dias afastado da Câmara - diz ele que contraiu dengue - saiu em defesa da soltura do colegausando como argyumento que o assassinato brutal de Mariele e de seu motorista ocorreu há mais de cinco anos, "por isso Brazão não pode ser preso".

O parlamentar rondoniense chegou a comparar o caso do mandante do assassinato da vereadora ao do ex-deputado bolsonarista Daniel Silveira, que está preso acusado de descumprir, reiteradamente, ordens do STF. A prisão de Silveira foi referendada pela Câmara. segundo Crhisóstomo, os deputados se arrependeram depois de tomar esta decisão.

O coronel chegou a dizer que nenhum parlamentar pode ser preso por opinião, palavra ou voto, ou em flagrante delito, o que, segundo ele, não seria o caso de Brazão.

No final, de nada adiantaram os chiliques pró-Brazão do parlamentar rondoniense na tribuna da Câmara. Seu colega continuará preso por decisão da Câmara.

A Câmara dos Deputados manteve, por 277 votos favoráveis, a prisão em flagrante e sem fiança do deputado carioca. Houve 129 votos contra a prisão e 28 abstenções.

Para manter a prisão preventiva, seriam necessários os votos da maioria absoluta da Câmara (257 votos).

O deputado foi preso por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, relator do inquérito. A decisão foi seguida pela 1ª Turma do STF.

Além do deputado, é acusado de mandante do crime o seu irmão, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. O processo passou a tramitar no Supremo porque ambos têm foro privilegiado.

O assassinato de Marielle ocorreu em março de 2018, no centro da cidade do Rio de Janeiro. Na época, Brazão era vereador na capital fluminense.

FERNANDO MÁXIMO

Outro deputado rondoniense que também votou a favor de soltar o mandante do crime de Mariele Franco foi o médico Fernando Máximo. Este, pelo menos ao que se sabe, teria tido vergonha na cara e não subiu à tribuna da Câmara para defender alguem acusado do crime de mando.