Investimentos facilitam operações e o escoamento da crescente produção agropecuária em Rondônia

Porto Velho, RO - Rondônia está em fase de franca expansão na agropecuária, com Porto Velho se destacando nesse processo de crescimento. E para suprir essa necessidade de escoamento da produção, o uso da hidrovia do rio Madeira é peça fundamental, com destaque para as operações do Porto Organizado de Porto Velho, administrado pela Sociedade de Portos e Hidrovias de Rondônia (Soph).

Em 2023, as operações no Porto chegaram a 1,7 milhão de toneladas, sendo 1,5 milhão de grãos, com a soja sendo o carro-chefe. Para este ano, a previsão é de que o volume movimentado chegue a 2 milhões de toneladas, com a soja mais uma vez sendo o principal produto. Para 2025, a expectativa é de 2,4 milhões. O Porto opera 24 horas.

"O Porto é pioneiro e fundamental para o escoamento da produção, por sua localização estratégica, por sua capacidade operacional, por sua potencialidade e infraestrutura. Temos um cais que é referência, mantendo um calado favorável à movimentação de cargas, mesmo na época de baixa do rio. O Estado tem essa referência na logística que contribui há décadas com a logística de importação e exportação", destacou Fernando Parente, diretor-presidente da Soph.

O Porto é pioneiro e fundamental para o escoamento da produção, destacou Fernando Parente

Ele explicou que "em 2023 foi um ano atípico, pois houve investimentos na logística, sendo necessária a paralisação por três meses. Mas, houve uma modernização e isso propiciou um grande avanço para o nosso operacional. Mesmo com essa parada, tivemos um aumento de 5% na movimentação de carga, em relação ao ano de 2022" .

Segundo Parente, "foram investimentos previstos no contrato de arrendamento, que atendem a parte ambiental e também potencializa a logística para a movimentação, como a troca de esteiras e tombadores. Os anteriores precisavam desacoplar os caminhões bitrem e fazer duas operações para tombar a carga. Com os novos equipamentos, isso passa a ser feito de uma única vez, com um ganho de tempo enorme. Antes, demorava de quatro a cinco horas a operação total para descarregar as carretas bitrem, agora, esse tempo foi reduzido para uma hora, em média. Os tombadores pegam e fazem o tombamento direto, agiliza e torna mais rápido".

O diretor-presidente informou ainda que "a característica nominal é para uma operação de até 5 milhões de toneladas ao ano. Com a tecnologia e a logística de hoje, cremos que essa margem pode ser ampliada. Porém, temos uma série de medidas. Por exemplo, primamos pela redução do impacto do tráfego de veículos pesados pela área urbana da cidade. Há um controle com uma área retroportuária de armazenagem, ainda na BR-364, o que ajuda nesse controle".

No Porto Organizado, todos os trabalhadores portuários avulsos das operações estão vinculados ao OGMO

TRABALHO

No Porto Organizado, todos os trabalhadores portuários avulsos das operações estão vinculados ao Órgão Gestor de Mão de Obra (OGMO), com os direitos trabalhistas resguardados. Hoje, as operações do Porto Organizado, em toda a sua estrutura, envolvem diversos trabalhadores, como caminhoneiros, tripulantes, operadores, armadores e trabalhadores portuários avulsos, que somente eles somam cerca de 200.

PLANEJAMENTO

Nos últimos anos, o Porto passou por um processo de regularização e resgate de sua importância como ferramenta de logística. "Fizemos um trabalho de regularização fiscal, finalizamos algumas entregas e seguimos avançando. Tivemos a obra de nova sede finalizada, junto com o armazém alfandegado. A área administrativa atual vai ser desocupada e colocada à disposição para novas operações com a possibilidade de construção de silos e tanques e outros componentes de infraestrutura, que permitam uma operação mais pesada", completou.

Com investimentos, é esperado um aumento na movimentação de carga

Segundo Parente, "plantamos a semente para que tivéssemos um campo fértil para trazer novas operações para cá. Em 2022, conseguimos regularizar todas as áreas do Porto Organizado, que tem cerca de 20 hectares de extensão. Todas as áreas hoje podem ser arrendadas e cinco empresas estão no processo de validação pelas agências reguladoras, como a Antaq e a Secretaria Nacional de Portos".

A expectativa é de trazer o processo que está funcionando em outros portos do país para ser aplicado aqui, terceirizando o trabalho de exportação e importação. "O momento que a gente alcançou, foram cumpridas uma série de etapas e não é de imediato, mas seguimos avançando e trabalhando para que esse processo não sofra descontinuidade. Estamos finalizando o projeto de contratação de empresa para o mapeamento de todo o Porto, para pavimentação das vias e dos pátios, com a drenagem, dando segurança para as empresas que operam aqui".

Fernando Parente afirma que está confiante e na expectativa. “Com o investimento feito, estamos esperando um aumento na movimentação de carga, como a de contêineres e câmaras frias de carne para exportação. Cada contêiner de carne que sai de Porto Velho para fora do país, tem uma redução de custo operacional de U$S 1.000, em relação a outros portos. O que representa uma vantagem comercial importante".

Ele finalizou afirmando também que "agora é a fase de atos declaratórios da Receita Federal, para desbloquear essas cargas. Já desbloqueamos a madeira e mais na frente a carne congelada para exportação também, o que gera uma boa expectativa para o nosso agronegócio".

Fonte: Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)