Porto Velho, RO - Um fóssil encontrado por acaso, em Rondônia, se tornou a peça principal para uma descoberta: uma nova espécie de tartaruga pré-histórica que viveu na Amazônia, a Peltocephalus maturin. Segundo análises feitas por pesquisadores, o animal tem tamanho estimado em até 2,10 metros e é uma das maiores tartarugas de água doce já encontradas.
Veja o vídeo abaixo:
Fóssil - mandíbula de nova espécie de tartaruga encontrada em Rondônia — Foto: Gabriel Ferreira
“Numa dessas excursões nós fizemos entrevistas com a mulher de um garimpeiro e ela falou: olha o meu marido trabalha no garimpo e eu acabei coletando vários fósseis e aí a gente levou ela pra casa dela e quando a gente chegou tinha uma caixa inteira de fósseis”, relembra Ednair.
O fóssil foi doado para a equipe de pesquisa e anos depois passou a compor o acervo do Museu da Memória Rondoniense. Ednair decidiu entrar em contato com pesquisadores especialistas em répteis para iniciar uma pesquisa sobre o fóssil. Foi então que ela encontrou Gabriel.
Como identificar que se trata de uma nova espécie?
Segundo Gabriel, para identificar uma nova espécie é necessário fazer uma comparação de uma combinação de características. No caso do fóssil, os pesquisadores perceberam que a anatomia é semelhante a da tartaruga-de-cabeça-grande-do-amazonas (Peltocephalus dumerilianus).
“A única parte da tartaruga que a gente tem é esse dentário. Por sorte esse gênero que a gente identificou que a tartaruga faz parte tem uma característica muito clara no dentário, que é esse bico pontudo na frente que outras tartarugas não tem”, comentou o pesquisador.
Apesar dessa e outras semelhanças com a tartaruga-de-cabeça-grande-do-amazonas, uma característica claramente notável fez com que os pesquisadores identificassem se tratar de uma nova espécie: o tamanho.
Comparações de tamanho da nova tartaruga descoberta em Rondônia — Foto: Lucas Mateus
“O tamanho dela [a nova espécie] é muito maior. Chega a ser quase 4 vezes maior que a espécie vivente. Isso mostra que eles não eram da mesma espécie. Além disso, também tem a idade, que é bem mais antiga”, revela Gabriel.
A tartaruga-de-cabeça-grande-do-amazonas tem uma carapaça que mede entre 50 e - raramente - 60 centímetros. Já a nova espécie descoberta tem entre 1,80 a 2,10 metros, segundo as estimativas feitas pelos pesquisadores.
“Eu medi por volta de 350 tartarugas. Medi o tamanho do dentário, o tamanho da mandíbula e o tamanho da cabeça e o tamanho da carapaça com o intuito de poder estimar o tamanho da espécie nova baseado somente no dentário”, explica o pesquisador.
Pesquisadores analisam fóssil de nova tartaruga gigante encontrada em Rondônia — Foto: Gabriel Ferreira
A mais recente
A datação por radiocarbono feitas no fóssil apontam uma idade entre 14 mil e 9 mil anos, ou seja, uma das espécies de tartarugas de água doce mais recentes. A pesquisa sugere a possibilidade de que elas tenham coexistido com os primeiros habitantes humanos da Amazônia.
Quanto à região habitada pela tartaruga gigante, Ednair explica que é possível fazer um mapeamento pela formação Rio Madeira, que vai de Porto Velho a Guajará-Mirim, ambos municípios de Rondônia, que ficam a cerca de 300 quilômetros de distância.
O artigo sobre a descoberta foi publicado este mês na revista científica Biology Letters. Participaram da pesquisa, estudiosos e especialistas de várias instituições no Brasil e fora do país.
Veja o vídeo abaixo:
https://g1.globo.com/ro/rondonia/video/pesquisadores-descobrem-nova-especie-de-tartaruga-gigante-pre-historica-na-amazonia-12462391.ghtml
A pesquisa foi liderada pelo biólogo, paleontólogo e pesquisador da Universität Tübingen, na Alemanha, Gabriel Ferreira. Porém, quem inicialmente identificou o fóssil e sugeriu a possibilidade de uma nova espécie foi a bióloga especialista em paleontologia e pesquisadora da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Ednair Nascimento.
O fóssil analisado é uma mandíbula. Ednair encontrou o material quando fazia um trabalho de levantamento e reconhecimento da formação geológica Rio Madeira no garimpo de Taquara (atualmente desativado), em Porto Velho (RO).
A pesquisa foi liderada pelo biólogo, paleontólogo e pesquisador da Universität Tübingen, na Alemanha, Gabriel Ferreira. Porém, quem inicialmente identificou o fóssil e sugeriu a possibilidade de uma nova espécie foi a bióloga especialista em paleontologia e pesquisadora da Universidade Federal de Rondônia (Unir), Ednair Nascimento.
O fóssil analisado é uma mandíbula. Ednair encontrou o material quando fazia um trabalho de levantamento e reconhecimento da formação geológica Rio Madeira no garimpo de Taquara (atualmente desativado), em Porto Velho (RO).
Fóssil - mandíbula de nova espécie de tartaruga encontrada em Rondônia — Foto: Gabriel Ferreira
“Numa dessas excursões nós fizemos entrevistas com a mulher de um garimpeiro e ela falou: olha o meu marido trabalha no garimpo e eu acabei coletando vários fósseis e aí a gente levou ela pra casa dela e quando a gente chegou tinha uma caixa inteira de fósseis”, relembra Ednair.
O fóssil foi doado para a equipe de pesquisa e anos depois passou a compor o acervo do Museu da Memória Rondoniense. Ednair decidiu entrar em contato com pesquisadores especialistas em répteis para iniciar uma pesquisa sobre o fóssil. Foi então que ela encontrou Gabriel.
Como identificar que se trata de uma nova espécie?
Segundo Gabriel, para identificar uma nova espécie é necessário fazer uma comparação de uma combinação de características. No caso do fóssil, os pesquisadores perceberam que a anatomia é semelhante a da tartaruga-de-cabeça-grande-do-amazonas (Peltocephalus dumerilianus).
“A única parte da tartaruga que a gente tem é esse dentário. Por sorte esse gênero que a gente identificou que a tartaruga faz parte tem uma característica muito clara no dentário, que é esse bico pontudo na frente que outras tartarugas não tem”, comentou o pesquisador.
Apesar dessa e outras semelhanças com a tartaruga-de-cabeça-grande-do-amazonas, uma característica claramente notável fez com que os pesquisadores identificassem se tratar de uma nova espécie: o tamanho.
Comparações de tamanho da nova tartaruga descoberta em Rondônia — Foto: Lucas Mateus
“O tamanho dela [a nova espécie] é muito maior. Chega a ser quase 4 vezes maior que a espécie vivente. Isso mostra que eles não eram da mesma espécie. Além disso, também tem a idade, que é bem mais antiga”, revela Gabriel.
A tartaruga-de-cabeça-grande-do-amazonas tem uma carapaça que mede entre 50 e - raramente - 60 centímetros. Já a nova espécie descoberta tem entre 1,80 a 2,10 metros, segundo as estimativas feitas pelos pesquisadores.
“Eu medi por volta de 350 tartarugas. Medi o tamanho do dentário, o tamanho da mandíbula e o tamanho da cabeça e o tamanho da carapaça com o intuito de poder estimar o tamanho da espécie nova baseado somente no dentário”, explica o pesquisador.
Pesquisadores analisam fóssil de nova tartaruga gigante encontrada em Rondônia — Foto: Gabriel Ferreira
A mais recente
A datação por radiocarbono feitas no fóssil apontam uma idade entre 14 mil e 9 mil anos, ou seja, uma das espécies de tartarugas de água doce mais recentes. A pesquisa sugere a possibilidade de que elas tenham coexistido com os primeiros habitantes humanos da Amazônia.
Quanto à região habitada pela tartaruga gigante, Ednair explica que é possível fazer um mapeamento pela formação Rio Madeira, que vai de Porto Velho a Guajará-Mirim, ambos municípios de Rondônia, que ficam a cerca de 300 quilômetros de distância.
O artigo sobre a descoberta foi publicado este mês na revista científica Biology Letters. Participaram da pesquisa, estudiosos e especialistas de várias instituições no Brasil e fora do país.
Fonte: G1-Rondônia
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