Carga horária reduzida e mesmo salário proporcionam menos faltas e mais foco, segundo trabalhadores testados na semana de 4 dias
Porto Velho, RO - Equipes de 22 empresas, que têm entre cinco e 250 colaboradores, participam de um experimento sobre a semana de 4 dias de trabalho no Brasil. Menos faltas, otimização de tarefas e tempo livre para resolver questões pessoais, essas são algumas das primeiras impressões dos trabalhadores que estiveram no teste.
Foram três meses de preparação, de setembro a dezembro do ano passado, até que os trabalhadores começassem a atuar com a carga horária reduzida, mas ganhando o mesmo salário e com o objetivo de manter 100% da produtividade.
Trata-se do projeto piloto da “4 Day Week Brazil“, parceira no Brasil da “4 Day Week Global”, uma organização sem fins lucrativos que faz pesquisas sobre trabalho ao redor do mundo. A iniciativa é paga e, no total, envolveu 280 trabalhadores.
Impressões sobre o projeto da semana de 4 dias
Entre as empresas que participaram, está o Hospital Indianápolis, que ingressou com os funcionários da área administrativa. A decisão de reduzir a jornada de trabalha foi tomada há mais de seis mesmo, antes mesmo do projeto. Por isso, o diretor Eduardo Hagiwara afirma já ter percebido algumas mudanças.
Entre os pontos de melhor, o diretor cita a redução de faltas e atrasos, já que os trabalhadores conseguem se organizar melhor. Segundo ele, ocorre um acidente ou outro, no entanto, as ausências sem justificativa diminuíram.
Os trabalhadores avaliam que o dia de folga pode ser usado para a resolução de pendências pessoais.
Para Simone Cyrineu, diretora da produtora de vídeo Thanks for Sharing, outra empresa participante do projeto, outra percepção é que os funcionários estão bastante engajados em manter a produtividade. “Até por causa da responsabilidade de fazer dar certo. Tem mais gente na fila contando que isso funcione, e isso é um motivador”, disse ela ao G1.
Menos um dia
Como parte do experimento, as empresas puderam escolher se iriam conceder um dia de folga na semana ou reduzir a carga horária de 8 para 6 horas diárias. Todas escolheram o dia de folga, mas com algumas diferenças.
De acordo com Renata Rivetti, responsável pelo projeto, a maioria dos funcionários escolheu a sexta, no entanto, algumas empresas que vão se manter abertas colocaram uma ou duas pessoas para trabalhar na sexta, e aí essas pessoas tiram a segunda-feira de folga.
“E tem uma empresa de tecnologia que a pessoa escolhe o dia. Eles mesmos montaram um aplicativo para escolher, com algumas regras de que não pode ter duas pessoas da mesma área folgando no mesmo dia e outras questões. É a mais flexível de todas”, afirma.
Ao longo do experimento, que tem seis meses pela frente, a organização vai monitorar os indicadores junto às empresas. Serão feitas pesquisas em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Boston College, entre outras instituições.
Uma atitude importante na produtora de vídeos, segundo a diretora, foi olhar efetivamente para o que estava sendo feito todos os dias para diminuir os momentos em que se estava perdendo tempo, como em algumas reuniões, por exemplo.
“Criamos um bloco de agendas que serve para a empresa inteira, com suas variações para o time criativo e de gerência. Ali, a gente tudo o que precisa ser feito, inclusive o tempo de olhar e-mail. A gente padronizou a forma que todo mundo trabalha, então está todo mundo no mesmo ritmo. É um trabalho interessante de administrar”, diz.
“Eu tinha a impressão de que seria mais corrido, mas, na verdade, está sendo mais organizado”, relata a funcionária Beatriz Freire Abellan, do time de estratégia.
“Temos momentos dedicados ao trabalho focado, profundo, que é quando não temos distrações. A gente foca 100% no trabalho, sem responder whats, ver outras demandas. Então, eu não fico pingando de tarefa em tarefa, faço de maneira mais rápida.”
Como parte do experimento, as empresas puderam escolher se iriam conceder um dia de folga na semana ou reduzir a carga horária de 8 para 6 horas diárias. Todas escolheram o dia de folga, mas com algumas diferenças.
De acordo com Renata Rivetti, responsável pelo projeto, a maioria dos funcionários escolheu a sexta, no entanto, algumas empresas que vão se manter abertas colocaram uma ou duas pessoas para trabalhar na sexta, e aí essas pessoas tiram a segunda-feira de folga.
“E tem uma empresa de tecnologia que a pessoa escolhe o dia. Eles mesmos montaram um aplicativo para escolher, com algumas regras de que não pode ter duas pessoas da mesma área folgando no mesmo dia e outras questões. É a mais flexível de todas”, afirma.
Ao longo do experimento, que tem seis meses pela frente, a organização vai monitorar os indicadores junto às empresas. Serão feitas pesquisas em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Boston College, entre outras instituições.
Uma atitude importante na produtora de vídeos, segundo a diretora, foi olhar efetivamente para o que estava sendo feito todos os dias para diminuir os momentos em que se estava perdendo tempo, como em algumas reuniões, por exemplo.
“Criamos um bloco de agendas que serve para a empresa inteira, com suas variações para o time criativo e de gerência. Ali, a gente tudo o que precisa ser feito, inclusive o tempo de olhar e-mail. A gente padronizou a forma que todo mundo trabalha, então está todo mundo no mesmo ritmo. É um trabalho interessante de administrar”, diz.
“Eu tinha a impressão de que seria mais corrido, mas, na verdade, está sendo mais organizado”, relata a funcionária Beatriz Freire Abellan, do time de estratégia.
“Temos momentos dedicados ao trabalho focado, profundo, que é quando não temos distrações. A gente foca 100% no trabalho, sem responder whats, ver outras demandas. Então, eu não fico pingando de tarefa em tarefa, faço de maneira mais rápida.”
Saúde mental e desafios
Entre as expectativas das empresas listadas pelo projeto, além da melhora na qualidade de vida e produtividade, também estão reduzir o turnover (taxa de rotatividade de colaboradores) e atrair talentos.
Para Eduardo Hagiwara, do Hospital Indianópolis, a principal meta com o programa é melhorar a qualidade de vida dos funcionários, uma preocupação que se intensificou na área da saúde após a pandemia de coronavírus.
“A redução da jornada é uma ferramenta para isso, mas só ela não basta. Precisamos oferecer para os funcionários o que eles querem fazer com o tempo extra. É desenvolver voluntariado? Um hobby artístico? Se dedicar à atividade física? Então, individualmente, eu tento dar esse suporte a eles”, afirma.
Nem todas as empresas que participaram do projeto da “4 Day Week Global” pelo mundo decidiram manter a semana de 4 dias.
O dono da Allcap, uma fornecedora de suprimentos industriais que integrou o experimento no Reino Unido disse em entrevistas que os funcionários ficaram sobrecarregados e tiveram dificuldades para atender os clientes em todos os momentos.
Além disso, ele contou que passou a ter problemas para organizar as férias anuais dos colaboradores e quando alguém faltava por doença.
Na empresa de parafusos brasileira, um dos desafios iniciais foi definir o dia de folga dos funcionários. Já na produtora de vídeo, Beatriz relata que ela e os colegas têm ficado ansiosos nos dia de descanso.
“Como se a gente tivesse que estar produzindo. Talvez demore um tempo a mais para entender que a gente precisa desse dia de fato”, diz.
Antes do início da redução de jornada, as empresas listaram como possíveis obstáculos da semana de 4 dias a manutenção da qualidade e entrega dos projetos a longo prazo, e da satisfação dos clientes.
Entre as expectativas das empresas listadas pelo projeto, além da melhora na qualidade de vida e produtividade, também estão reduzir o turnover (taxa de rotatividade de colaboradores) e atrair talentos.
Para Eduardo Hagiwara, do Hospital Indianópolis, a principal meta com o programa é melhorar a qualidade de vida dos funcionários, uma preocupação que se intensificou na área da saúde após a pandemia de coronavírus.
“A redução da jornada é uma ferramenta para isso, mas só ela não basta. Precisamos oferecer para os funcionários o que eles querem fazer com o tempo extra. É desenvolver voluntariado? Um hobby artístico? Se dedicar à atividade física? Então, individualmente, eu tento dar esse suporte a eles”, afirma.
Nem todas as empresas que participaram do projeto da “4 Day Week Global” pelo mundo decidiram manter a semana de 4 dias.
O dono da Allcap, uma fornecedora de suprimentos industriais que integrou o experimento no Reino Unido disse em entrevistas que os funcionários ficaram sobrecarregados e tiveram dificuldades para atender os clientes em todos os momentos.
Além disso, ele contou que passou a ter problemas para organizar as férias anuais dos colaboradores e quando alguém faltava por doença.
Na empresa de parafusos brasileira, um dos desafios iniciais foi definir o dia de folga dos funcionários. Já na produtora de vídeo, Beatriz relata que ela e os colegas têm ficado ansiosos nos dia de descanso.
“Como se a gente tivesse que estar produzindo. Talvez demore um tempo a mais para entender que a gente precisa desse dia de fato”, diz.
Antes do início da redução de jornada, as empresas listaram como possíveis obstáculos da semana de 4 dias a manutenção da qualidade e entrega dos projetos a longo prazo, e da satisfação dos clientes.
Empresas participantes
São 22 empresas que têm entre cinco e 250 colaboradores. Algumas delas autorizaram a divulgação dos nomes. São empresas de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Campinas (SP).
Mais de 70% delas estão testando a semana de 4 dias com todos os funcionários, enquanto o restante decidiu selecionar apenas um departamento para iniciar o experimento.
Veja a lista:
São 22 empresas que têm entre cinco e 250 colaboradores. Algumas delas autorizaram a divulgação dos nomes. São empresas de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS) e Campinas (SP).
Mais de 70% delas estão testando a semana de 4 dias com todos os funcionários, enquanto o restante decidiu selecionar apenas um departamento para iniciar o experimento.
Veja a lista:
* Hospital Indianópolis (saúde);
* Editora Mol, Smart Duo (especializada em projetos arquitetônicos);
* Thanks for Sharing (tecnologia especializada em conteúdo em vídeo e storytelling);
* Oxygen (hub de conteúdos em inovação);
* Haze Shift (consultoria de inovação e transformação digital);
* GR Assessoria Contábil (contabilidade);
* Alimentare (prestação de serviços em alimentação coletiva);
* Ab Aeterno (estúdio de produção editorial);
* Grupo Soma (eventos);
* Brasil dos Parafusos (atacado de materiais de construção);
* Innuvem Consultoria (tecnologia);
* Inspira Tecnologia (tecnologia);
* PN Comunicação Visual (design gráfico);
* Clementino & Teixeira (escritório jurídico);
* Plonge Consultoria (recursos humanos);
* Vockan (tecnologia).
Fonte: Metrópoles
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