Processadas em frigorífico, embaladas em caixas de papelão e congeladas, 17,5 mil toneladas de peixe já estão seguindo para as capitais de 26 estados e do Distrito Federal, onde serão distribuídas e assadas nos locais. Essa ação faz parte do “II Festival Nacional do Tambaqui da Amazônia”, que acontecerá simultaneamente no próximo dia 19, em todo país.

A informação foi divulgada nesta quinta-feira (2), pelo vice-presidente da Associação de Criadores de Peixes do Estado de Rondônia (Acripar), Edson Sápiras. Segundo ele, as cargas viajarão de caminhão até os respectivos destinos, com previsão de 11 dias para a conclusão das entregas.

O tambaqui (Colossoma macropomum), ocupa a 3ª posição nas exportações de pescado do País. Rondônia é o maior produtor de peixes nativos em cativeiro e o terceiro maior produtor do Brasil. Em três anos (2019 – 2021), a área destinada à piscicultura cresceu, contando atualmente, com cerca de 16 mil hectares de espelho d’água e mais de quatro mil produtores cadastrados com piscicultura, revelam dados da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam). Além disso, o Estado têm 25 propriedades registradas na Agência de Defesa Sanitária Agrossilvopastoril do Estado de Rondônia (Idaron) como produtoras de alevinos, com venda aberta para todo o Brasil.

A distribuição interna em Rondônia será feita pela Seagri e por prefeituras, também de caminhão frigorífico. A programação para a distribuição interna e externa do pescado para o II Festival Nacional do Tambaqui está organizado em duas grandes fases, dentro do estado; subdividido por regiões centrais e fora do estado, por regiões da geopolítica. Da seguinte forma:



Segundo o presidente da Acripar, Francisco Hidalgo Farina, o tambaqui de rondoniense é cultivado em tanques escavados em fazendas e em pequenas propriedades.

“Evitando a captura nos rios, a cadeia produtiva se torna ambientalmente sustentável, pois também há a preservação das nascentes para abastecer os tanques”, destacou.

O anuário da Associação Brasileira da Piscicultura (PEIXE BR 2021) publicou: “a produção de peixes nativos em cativeiro em Rondônia totalizou, no ano passado, 65,5 mil toneladas, seguido de Mato Grosso com 42 mil t, Maranhão 40,5 mil t, Pará 24,9 mil t e o Amazonas 21,5 mil t.

CONSUMO RONDONIENSE

Conforme dados da Seagri, a produção de tambaqui representa 90% da safra das espécies. Em seguida: jatuarana 6%, pintado e pirarucu com 2%. Rondônia hoje é líder na produção nacional. O Estado também se destaca na produção de pintado da Amazônia, jatuarana e tambatinga.

A Idaron informa que apenas no mercado interno, o estado consome mais de sete mil toneladas de tambaqui por ano. Além de abastecer a região com pescado inspecionado pela Idaron, Rondônia envia peixe, com selo do Serviço de Inspeção Federal (SIF), para o Amazonas, maior consumidor da produção rondoniense, e para os estados do Acre, Amapá, Bahia, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Pará, São Paulo, Tocantins e o Distrito Federal.

As Estatísticas de Comércio Exterior (Comex Stat), do Ministério da Economia (ME) apontam mais dados expressivos: de janeiro a julho de 2021, Rondônia exportou 121 toneladas de tambaqui, somando US$ 283,6 mil de divisas. Desse montante, 102 t seguiram para o Peru e 18 t para a Bolívia.

Rondônia também exportou para o Peru 324 t de outros espécies de peixes frescos e refrigerados, somando US$ 828,08 mil. Por todos estes indicadores, tanto o Festival do Nacional do Tambaqui se justifica, como tantas outras ações de incentivos, nesta área de produção, emplementadas pelo Governo do Estado, colocando assim, o produto como carro-chefe e vitrine para atração e expansão do mercado.