Famílias de Porto Velho que precisam de algum atendimento especializado para crianças e adolescentes de 5 a 17 anos com transtorno mental moderado ou grave contam com a assistência do Centro de Atenção Psicossocial (Caps 1) Infanto Juvenil. O serviço é ofertado pela Prefeitura de Porto Velho de forma gratuita e recebe pacientes do interior de Rondônia e outros estados vizinhos, como Acre e Amazonas.



Deuza se mudou para Porto Velho em busca de tratamento para os filhos

A vida de Deuza Nascimento de Almeida se transformou quando os dois filhos foram diagnosticados com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Cansada de esperar atendimento na cidade onde morava, em Rio Branco (AC), ela se mudou para Porto Velho e hoje se sente acolhida pelo Caps. “Eu vim para procurar tratamento para os meus dois filhos. No mês em que cheguei já consegui consulta para eles, foi assim muito rápido. Hoje eles tomam medicação, estão mais sociáveis, recebem muitos elogios das professoras na escola e pra mim foi uma benção”, contou a mãe.

O atendimento, segundo Deuza, foi completo. Primeiro veio a comprovação do diagnóstico de autismo com exames e a indicação de medicamentos adequados para o tratamento. Em seguida, no caso do Micael de 6 anos, foi iniciado o acompanhamento quinzenal com a terapeuta ocupacional para evolução e desenvolvimento dele.

“Você vê a evolução dele e tudo graças ao Caps. Ele sai daqui muito feliz, para ele a terapia é uma brincadeira. Em Rio Branco ele ficou numa fila e aguardou dois anos, sendo que ele já estava em tratamento aqui. Se eu tivesse esperado, seriam dois anos perdidos do meu filho. Eu não tenho nem palavras pra expressar o quanto o atendimento aqui foi e é importante para nós”, disse Deuza, agradecida pela oportunidade.



Micael tem acompanhamento quinzenal com a terapeuta ocupacional

A gestora da unidade explica que as crianças são recebidas por demanda espontânea. Hoje são 3,5 mil pacientes, número que cresceu muito durante a pandemia da covid-19. “A gente recebe bastante demanda de fora, pacientes graves de Humaitá, temos até paciente da Venezuela. O nosso serviço é essencial para a saúde pública do município”, lembrou Luzia Viana.

Edina Gonçalves, Terapeuta Ocupacional do Caps, explica que o acompanhamento dura em torno de 40 minutos com cada paciente. As sessões estimulam as áreas de dificuldade do autista, a exemplo das habilidades motoras. “Nós elaboramos atividades para trabalhar essas dificuldades com a criança de forma lúdica. Ele é atendido e já sai com a próxima sessão agendada”, concluiu a profissional.

O Caps Infanto Juvenil funciona de segunda a sexta-feira em horário comercial e está localizado na rua Matrinchã, bairro Lagoa.