Este domingo (8), data em que é comemorado o Dia do Pais, será o segundo em meio a pandemia causada pelo coronavírus. Há quase um ano e meio, a vida de muitas pessoas foi afetada por mudanças profundas em todo o mundo. Com milhões de mortes, distanciamentos sociais, medos e decisões recheadas de responsabilidades por parte dos profissionais da saúde, a covid-19 trouxe uma nova realidade psicológica.

Atuando na linha de frente contra a covid-19, o diretor clínico do Hospital de Campanha de Rondônia (Hcamp), Maxwendell Batista, de 37 anos, teve que lidar com a responsabilidade em administrar o trabalho, sem perder a essência com a família. Casado e pai de dois filhos, 7 e 5 anos, ele lembra que em 2020, por muitas vezes precisou estar 24h à disposição da unidade, muito mais do que já dedicava devido a profissão.

Assim como os demais profissionais da saúde, o médico precisou enfrentar a dificuldade em ficar longe dos filhos e da esposa, além de carregar consigo o risco de levar a doença para dentro de casa.

No Dia dos Pais do ano passado, o pai não conseguiu estar com a família, pois sua missão necessitava 100% de atenção, responsabilidade e cuidados. Principalmente naquela época, quando tudo era incerto em relação à doença e era necessário estar auxiliando as equipes nos atendimentos, em especial com os pacientes mais graves que precisavam de intubação, além de ter que lidar com dor várias mortes no mesmo dia.

“Foi tudo muito sufocante, vivemos um período intenso. Por diversas vezes precisei sair de casa no meio da noite, pela madrugada para atender emergências no Hcamp”, conta.



O médico revela que por muitas vezes os profissionais tiveram que escolher entre a família e o emprego

Por diversas vezes, Batista viajou para fora do Estado, participando de capacitações e adquirindo experiências que foram transmitidas e repassadas aos profissionais da linha de frente, sempre em busca de salvar o maior número de vidas que lutavam contra a covid-19.

“No ano passado, no dia 24 de julho, precisei me deslocar em missão para Cacoal. Foi o período mais longo que estive fora de casa, longe da minha família. As notícias iam chegando, perdemos amigos, profissionais da saúde, era angustiante. Mas, seguia firme no objetivo e na missão que Deus me concedeu”, desabafa.

Apesar do período turbulento, a doença foi sendo controlada e em fevereiro deste ano, o diretor clínico, representando o Estado, recebeu da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a doação de uma ambulância para o Hcamp, por ser a unidade que mais havia recuperado pacientes da covid-19, em Rondônia.

Apesar de toda dedicação ao trabalho, o médico não perdia a oportunidade em aproveitar cada segundo ao lado dos filhos. Para este ano, ele já se organizou e pretende passar o Dia dos Pais com as crianças, buscando eternizar na memória lembranças recheadas de carinho.

O médico conta que também tem contato com o pai, “quando a pandemia chegou, meus pais se mudaram para o sítio. Nosso contato fisicamente diminuiu um pouco, devido ao medo e a preocupação em contaminá-los com a doença. Mas graças a Deus, tudo está se ajeitando e vamos poder estar mais juntos”.

Aos colegas de profissão, o diretor clínico deixa uma mensagem de agradecimento por cada um que se dedicou e continua nessa luta contra o coronavírus. “Sou muito grato a Deus por estar bem e por ver meus amigos bem, minha família bem. Que possamos continuar seguindo nossa missão, salvando vidas, comemorando com alegria as altas daqueles que com muito esforço vencem a covid-19. Vamos vencer essa batalha, por nós e pelos nossos amigos que já partiram. Que neste domingo, de Dia dos Pais, possamos reforçar o afeto com a nossa família e também com os amigos e companheiros de trabalho”.