Casos de animais silvestres atropelados são frequentemente registrados nas rodovias de Rondônia. Cleilson da Silva, de 46 anos, trabalha como motorista e faz o trajeto entre Guajará-Mirim e Porto Velho constantemente. Somente de março a julho deste ano, ele já registrou mais de 17 atropelamentos.
Na quinta-feira (08), Cleilson enviou ao G1 fotos e vídeos de um cuandu (porco-espinho) atropelado. Apesar de ferido, o bichinho ainda estava vivo.
“Se passasse alguém que tem experiência, transportasse ele até um local para fazer uma cirurgia, talvez ele teria sobrevivido”, disse.
Cuandu atropelado na BR-425 — Foto: Cleilson da Silva
No entanto, não há muito o que fazer em situações como essas. De acordo com o biólogo Flávio Terassini, não existe qualquer órgão ou entendida em Rondônia, que realize o trabalho de resgate, tratamento e abrigo de animais silvestres.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), em 2020 foram catalogados 39 casos de animais nas rodovias e 13 nos seis primeiros meses de 2021.
Por vezes acontece um final feliz, como o caso do tatu. Nas redes sociais, Cleilson postou um vídeo do bichinho tentando atravessar a rodovia. O homem para o carro e o ajuda a seguir caminho. O tatu agradece saltitando pela mata.
Como agir?
Cleilson conta que por várias vezes sentiu muita vontade de recolher os animais, mas não sabe o que fazer. “O que eu vou fazer? Levar pra quem? É de partir o coração porque ele tá ali pedindo socorro, só não fala, mas a reação dele é pedindo ajuda”.
Segundo Flávio, é preciso ter muito cuidado e resistir ao impulso de resgatar o animal por conta própria. Infelizmente o ideal é deixá-lo no local.
“O animal atropelado tem que tomar muito cuidado porque ele está sentindo dor e ao tentar manuseá-lo, ele vai tentar morder, independente da espécie do animal”, explicou Flávio.
Como evitar?
Tanto o leitor, quanto o biólogo apontam uma situação como uma das principais causas dos atropelamentos: excesso de velocidade. Mesmo com placas que avisam sobre o possível tráfego de animais e estabelecem um limite de velocidade, alguns condutores acabam ultrapassando esse limite e causando os acidentes.
“Se você estiver focado na BR, vai perceber se tem algum animal cruzando”, alerta Cleilson.
Flávio complementa que os principais motivos para o deslocamento desses animais são incêndios florestais ou a procura por parceiros para acasalamento.
“É muito comum o tamanduá, tatu e vários animais da nossa fauna estarem atravessando e serem atropelado todos os meses aqui na nossa região”.
O biólogo orienta que as pessoas evitem incêndios e trafeguem dentro do limite permitido para conseguir frear o veículo a tempo.
Fonte: G1/RO
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